Um famoso ator negro norte americano um dia resolveu dizer que nós não precisamos de um dia da consciência negra, porque se assim o fosse precisaríamos de um dia da consciência branca, parda, entre outras… Parecia realmente um pensamento correto e muitos passaram a repeti-lo sem perceber a armadilha que existe na base dele: essa é uma maneira de minimizar e desmerecer a luta de um povo que sofreu e sofre até hoje uma série de preconceitos e abusos que precisam sim reparação histórica e consciente.

Os negros que foram escravizados e trazidos independente de sua escolha às nossas terras carregam uma ancestralidade que precisa ser reconhecida e respeitada. Dizer que no Brasil não existe racismo e que as ações para o eliminar são desnecessárias é seguir ignorando toda injustiça praticada com um povo que merece respeito e dignidade.

A constante tentativa de não se reconhecer as muitas contribuições do povo negro na construção de nossas cidades e na história do país é uma prova de que precisamos de fato trazer à tona verdades e personalidades esquecidas. Você sabia, por exemplo, que os irmãos Rebouças, aos quais foi dedicada homenagem com o nome de uma importante via pública de Curitiba foram os primeiros engenheiros negros do Brasil? Em 1871 eles levaram até o imperador o projeto que revolucionaria a malha ferroviária brasileira: a estrada de ferro que hoje liga nossa capital ao Litoral do Paraná.

Esse é apenas um exemplo dos muitos que poderíamos citar nas mais diversas áreas de atuação. Portanto, viva o Dia da Consciência Negra, data que foi criada em 2003 e instituída em nosso país em 2011, pela lei n º 12.519, sendo a data escolhida em função da morte do líder negro Zumbi dos Palmares, que lutou pela libertação do povo negro contra o sistema escravista.

Vamos aproveitar essa data para a conscientização de todos e para que possamos eliminar o racismo e a ignorância de nossa sociedade. O Instituto Adolpho Bauer exaltam e apoiam o Dia da Consciência Negra abraçando essa justa luta!