O Lugar das Mulheres no Mercado de Trabalho: Qualidade do Trabalho

A literatura tem sido farta em assinalar a maior vulnerabilidade do trabalho feminino em relação ao masculino. Informações sobre a posição na ocupação indicam que, em 2007, tanto entre os homens como entre as mulheres, o mais comum é ser empregado (respectivamente 62 e 51%).

No entanto, um percentual mais expressivo das mulheres (31%) quando comparado aos homens ( 8%) ocupa posições mais vulneráveis no mercado , seja como trabalhadoras domésticas, seja como não remuneradas ou ainda como trabalhadoras para o consumo próprio ou do grupo familiar.

Algumas características da ocupação feminina nesses nichos mais desfavorecidos ilustram a precariedade dessa expressiva parcela da mão-de-obra. Por exemplo, entre as trabalhadoras domésticas, 74% não possuem carteira de trabalho e 96% ganham até 2 salários mínimos (SM).

Não podemos deixar de mencionar, por outro lado, que o processo de feminização de profissões de nível superior é uma realidade para uma importante e crescente fatia das trabalhadoras. Entre os advogados, por exemplo, a parcela feminina era 37% em 1995 e 48% em 2007; entre os magistrados, um pouco menos de ¼ eram mulheres em 1995 e 36%, em 2007.

Outra evidência da fragilidade do trabalho feminino, em comparação ao masculino, pode ser identificada a partir do local no qual os trabalhadores desempenham suas atividades. Embora, em 2007, cerca de 60% dos ocupados de ambos os sexos trabalhassem em lojas, escritórios e oficinas, um percentual considerável de mulheres trabalhava no próprio domicílio (9,6%) ou no domicílio do patrão (20%), cifras bem mais elevadas do que as verificadas para os homens. No primeiro caso, a grande maioria é composta por autônomas (78% em 2007) que trabalham por conta-própria no domicílio, seja porque não conseguem outro trabalho, seja porque em casa podem trabalhar e ao mesmo tempo cuidar da família e dos filhos. O segundo caso, dos que trabalham no domicílio do patrão, é composto por esmagadora maioria de trabalhadoras domésticas (mais de 93% das mulheres que trabalham nesse local).

Uma das razões freqüentemente mencionadas para justificar a posição menos favorável ocupada pelas mulheres no mercado de trabalho é a sua menor combatividade e poder de reivindicação. A presença da mulher em movimentos de representação não tem se dado sem conflitos. De um lado, os espaços de representação profissional nem sempre estão abertos ou facilitam sua participação e, de outro, muitas vezes falta à trabalhadora coragem e, também, tempo hábil para se engajar em outras atividades , além das que normalmente desenvolve no trabalho e junto à família.

Disso resulta a tímida penetração das mulheres no movimento sindical, seja como associadas, seja como representantes sindicais, o que, sem dúvida, torna mais difícil a batalha por direitos e reivindicações especificamente femininos, as quais tendem a ser incorporadas de forma marginal na consciência e nas práticas sindicais.

Por um lado, sua participação em sindicatos ainda é restrita numérica e setorialmente, embora nos últimos 7 anos venha aumentando ligeiramente: em 1995, elas representavam apenas 1/3 dos associados a sindicatos profissionais, em 1998, 35,7%, em 2002, 37,4% e, em 2007, 39,9. Nesse último ano, a maior concentração de sindicalizadas era vinculada ao setor Social (29%), onde têm grande peso estabelecimentos de ensino e da área da saúde, e ao setor Agrícola (24,5%).

Por outro, a sua presença nos quadros sindicais ainda é diminuta, embora também venha aumentando ligeiramente nos últimos anos. Em apenas 10% dos sindicatos de empregados urbanos havia uma mulher na presidência em 1992, mas em 2001, a proporção era 15,8%. No cargo de tesoureira, os índices avançaram de 16% para 22% no mesmo período.

São também considerados indicadores da qualidade do trabalho feminino as possibilidades de inserção das mulheres nos diversos setores econômicos , as ocupações que desempenham e a desigualdade salarial em relação aos homens. No último quarto de século, constata-se, no Brasil e no mundo, que as mulheres continuam submetidas à segregação setorial e ocupacional , conforme já demonstramos na série histórica O Lugar das mulheres no mercado de trabalho: setores de atividade e estrutura ocupacional.

A desigualdade salarial entre os sexos, por sua vez, é um fenômeno que se verifica mesmo quando as mulheres apresentam os mesmos requisitos de escolaridade, número de horas trabalhadas e posição na ocupação do que os homens.

Compartilhe!

Um comentário, add yours.

VARELA CARVALHO

OI TUDO BEM
SOU VANILDO VARELA CARVALHO DE CABO VERDE ILHO DO SAL SANTA MARIA .
QUERO FAZER NEGÓCIOS COM VOCÊ.
JA MONTEI UMA LOJA DE FITNESS SHOP NA ILHA DE SAL, AQUI NU SAL NÃO TEM ES TIPO DE NEGOCIO EU TENHO LOJA MAIS NÃO TEM PRODUTO DE VENDA COMO MUITOS ATLETAS PRECISA, PREGUNTA MAIS NÃO HA E BOM NEGOCIO AQUI EM CABO VERDE

Consciente que a vossa empresa ira atender o meu pedido merece a vossa especial atenção deixa desde já antecipados agradecimentos e saudações

Sua resposta para VARELA CARVALHO