Entrevista: Teresa, a Batista
Em 1974, ao sair da prisão, ela recebeu do pai um relógio: sua hora tinha chegado. Seria difícil – não tinha bons antecedentes. Mas havia uma causa à vista
“Por que a Virgem de Czestochowa é negra?”, pergunta a polaquíssima Teresa Urban, 60 e poucos anos, antes de se render ao extenso questionário desta entrevista. Distrair-se é preciso. Conversas com a imprensa são para ela sinônimos de uma longa jornada noite adentro. Sabe que vai ter de passar pelo sótão do recém-demolido casarão dos Urban – na Brigadeiro Franco –; pelos porões da ditadura militar; por florestas e nascentes em perigo e, sem saída, pela defesa aguerrida do Código Florestal.