Combatendo a violência: Assédio moral no local de trabalho
A importância da união dos trabalhadores
Apresentação: Todos contra o assédio moral
O assédio moral é uma praga que deve ser combatida sem descanso. Não é um fenômeno atual, já que desde sempre homens e mulheres são submetidos a humilhações e perseguições nos locais de trabalho. Contemporaneamente, mesmo com todos os instrumentos legais de proteção,
é visível o estrago na saúde de homens e mulheres provocado pelo autoritarismo no ambiente de trabalho e as exigências absurdas de índices elevados de produção.
O desenvolvimento dos processos de produção e o acirramento da competição por postos de trabalho são o motor do assédio. Por trás disso, está um sistema desumano, que trata homens e mulheres como máquinas, que implanta o medo e a perseguição nos ambientes de trabalho.
Aos sindicatos e órgãos públicos de proteção às/aos trabalhadoras/es cabe a proteção da parte mais frágil da relação de trabalho. Aos trabalhadores e trabalhadoras cabe a vigilância permanente para evitar as consequências do assédio. Apenas dessa forma poderemos reverter um quadro cada vez mais agressivo e preocupante.
Francisco Rodrigues da Silva Sobrinho
Presidente STIQFEPAR
O que é assédio moral?
O que é humilhação?
É o sentimento de ser ofendido(a), menosprezado(a), rebaixado(a), inferiorizado(a), submetido(a), vexado(a), constrangido(a) e ultrajado(a) por outra pessoa. É sentir-se um ninguém, sem valor, inútil, magoado(a), revoltado(a),
perturbado(a), mortificado(a), traído(a), envergonhado(a), indignado(a) e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza
e sofrimento.
O que é assédio moral no trabalho?
É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes, dirigidas a um ou mais subordinado(s), desestabilizando
a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-a a desistir do emprego.
Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização.
Em resumo: um ato isolado de humilhação não é assédio moral. Este pressupõe:
- repetição sistemática;
- intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego);
- direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode expiatório);
- temporalidade (durante a jornada, por dias e meses);
- degradação deliberada das condições de trabalho.
A violência moral no trabalho constitui um fenômeno internacional, segundo levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com diversos países desenvolvidos.
As perspectivas são sombrias para as duas próximas décadas, pois, segundo a OIT e a Organização Mundial da Saúde, essas serão as décadas do “mal-estar na globalização”, onde predominarão depressões, angústias e outros danos psíquicos relacionados com as novas políticas de gestão na
organização de trabalho e que estão vinculadas às políticas neoliberais.