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Instituto Adolpho Bauer recebe homenagem em Antonina (PR)

O Instituto Adolpho Bauer (IAB) foi homenageado no dia 05 de dezembro de 2013 pela Câmara Municipal de Antonina (PR). Nesta ocasião nosso presidente, Francisco Rodrigues da Silva Sobrinho, discursou perante toda a audiência e membros desta Casa.

O discurso do nosso presidente na ocasião foi este:

Infância e adolescência no Brasil

O Brasil possui uma população de 190 milhões de pessoas, dos quais 60 milhões têm menos de 18 anos de idade, o que equivale a quase um terço de toda a população de crianças e adolescentes da América Latina e do Caribe. São dezenas de milhões de pessoas que possuem direitos e deveres e necessitam de condições para se desenvolverem com plenitude todo o seu potencial.

Contudo, as crianças são especialmente vulneráveis às violações de direitos, à pobreza e à iniquidade no País. Por exemplo, 29% da população vive em famílias pobres, mas, entre as crianças, esse número chega a 45,6%. As crianças negras, por exemplo, têm quase 70% mais chance de viver na pobreza do que as brancas; o mesmo pode ser observado para as crianças que vivem em áreas rurais. Na região do Semiárido, onde vivem 13 milhões de crianças, mais de 70% das crianças e dos adolescentes são classificados como pobres. Essas iniquidades são o maior obstáculo para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) por parte do País.

O Brasil está no rumo de alcançar o OBJETIVO DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO 4, que trata da redução da mortalidade infantil. O País fez grandes avanços – a taxa de mortalidade infantil caiu de 47,1/1000, em 1990, para 19/1000, em 2008. Contudo, as disparidades continuam: as crianças pobres têm mais do que o dobro de chance de morrer, em comparação às ricas, e as negras, 50% a mais, em relação às brancas.

A taxa de sub-registro de nascimento caiu – de 30,3% (1995) para 8,9% (2008) – mais ainda continua alta nas regiões Norte (15%) e Nordeste (20%).

Aproximadamente uma em cada quatro crianças de 4 a 6 anos estão fora da escola. 64% das crianças pobres não vão à escola durante a primeira infância. A desnutrição entre crianças menores de 1 ano diminuiu em mais de 60% nos últimos cinco anos, mas ainda cerca de 60 mil crianças com menos de 1 ano são desnutridas.

Com 98% das crianças de 7 a 14 anos na escola, o Brasil ainda tem 535 mil crianças nessa idade fora da escola, das quais 330 mil são negras. Nas regiões mais pobres, como o Norte e o Nordeste, somente 40% das crianças terminam a educação fundamental. Nas regiões mais desenvolvidas, como o Sul e o Sudeste, essa proporção é de 70%. Esse quadro ameaça o cumprimento pelo País do ODM 2 – que diz respeito à conclusão de ciclo no ensino fundamental.

O Brasil tem 21 milhões de adolescentes com idade entre 12 e 17 anos. De cada 100 estudantes que entram no ensino fundamental, apenas 59 terminam a 8ª série e apenas 40, o ensino médio. A evasão escolar e a falta às aulas ocorrem por diferentes razões, incluindo violência e gravidez na adolescência. O país registra anualmente o nascimento de 300 mil crianças que são filhos e filhas de mães adolescentes.

Na área do HIV/AIDS, a resposta brasileira é reconhecida globalmente como uma das melhores, mas permanecem grandes desafios que deverão ser enfrentados para assegurar acesso universal à prevenção, tratamento e cuidados para as crianças e os adolescentes brasileiros. A taxa nacional de transmissão do HIV da mãe para o bebê caiu mais da metade entre 1993 e 2005 (de 16% para 8%), mas continuam a existir diferenças regionais significativas: 12% no Nordeste e 15% no Norte. O número de casos de aids entre os negros e entre as mulheres continua a crescer num ritmo muito mais acelerado do que entre os brancos e entre os homens. Além disso, a epidemia afeta cada vez mais os jovens.

As crianças e os adolescentes são especialmente afetados pela violência. Mesmo com os esforços do governo brasileiro e da sociedade em geral para enfrentar o problema, as estatísticas ainda apontam um cenário desolador em relação à violência contra crianças e adolescentes. A cada dia, 129 casos de violência psicológica e física, incluindo a sexual, e negligência contra crianças e adolescentes são reportados, em média, ao Disque Denúncia 100. Isso quer dizer que, a cada hora, cinco casos de violência contra meninas e meninos são registrados no País. Esse quadro pode ser ainda mais grave se levarmos em consideração que muitos desses crimes nunca chegam a ser denunciados.

O País tem ainda o desafio de superar o uso excessivo de medidas de abrigo e de privação de liberdade para adolescentes em conflito com a lei. Em ambos os casos, cerca de dois terços dos internos são negros. Cerca de 30 mil adolescentes recebem medidas de privação de liberdade a cada ano, apesar de apenas 30% terem sido condenados por crimes violentos, para os quais a penalidade é amparada na lei.

Como vemos nos números oficiais e nos dados da UNICEF nos últimos anos tivemos muitos avanços em relação a situação das crianças e adolescentes no Brasil, mas muito ainda precisa ser feito.

Dar alternativa de estudo em tempo integral, acesso ao esporte e distância das ruas, afastar definitivamente nossas crianças do Trabalho Infantil. Garantir o acesso e a permanência nas escolas e o direito a concluir plenamente todo o ciclo educacional até o final da vida acadêmica, fazer um verdadeiro mutirão de cidadania para a preservação da vida e da qualidade de vida de nossas famílias. Estas são as principais razões de vida e da existência do Instituto Adolpho Bauer.

Criado em 2009 para Promover o Desenvolvimento Sustentável com Inclusão Social de Gênero e Raça, o Instituto busca juntar esforços e parcerias para melhorar a qualidade de vida de nosso povo e fazer pequenas ações que causem grandes transformações na vida das pessoas.

Nosso Instituto tem este nome em homenagem a um lutador histórico, o senhor Adolpho Bauer foi um trabalhador das Indústrias Químicas do Paraná e foi presidente por muitos anos de nosso sindicato. Acreditamos que a vida é assim, feita de gente simples e humilde, pessoas como eu e vocês. Quem faz a história são as pessoas, homens e mulheres de bom coração, QUE ACREDITAM QUE A VIDA PODE SER MELHOR… E SERÁ! E que isto depende apenas de mim, depende de você, depende de todos nós.

Obrigado

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