STIQFEPAR – Breve apanhado de nossa história
O combativo Sindicato que hoje, após inúmeras lutas, se prepara para a comemoração de seus 60 anos de existência, assim como muitos outros, enfrentou dificuldades em sua caminhada e contou com o empenho de bravos homens e mulheres que acreditavam e acreditam na representatividade das categorias para o bem comum.
Quando fundado, em 15 de março de 1956, a Entidade foi denominada “Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais, de Produtos Farmacêuticos de Sabão e Vela, Tintas e Vernizes, Adubos e Colas, de Lavanderias e Tinturarias, do Vestuário do Estado do Paraná”. Um longo nome que parecia tentar abranger todos os sonhos de seus fundadores. A primeira Diretoria foi constituída pelos associados Jacomo Brunetti (presidente), Orlando Baptista (secretário) e Expedito Oliveira Rocha (tesoureiro).
Com essa nomenclatura atuou normalmente até 1963, ocasião em que uma divisão interna culminou com a saída de alguns membros que, posteriormente, se empenharam em criar outro Sindicato. Assim, em 7 de outubro de 1963, foi fundando o Sindicato dos Farmacêuticos, tendo como presidente Ozório Burda, como secretário Matias Alenor Martins e, como tesoureiro, Zedzlau Kempa.
O desmembramento em duas entidades resultou no enfraquecimento de ambas, e, em abril de 1964, com a instalação da Ditadura Militar, os dois Sindicatos tiveram suas portas fechadas e alguns de seus membros foram perseguidos e exilados. Somente dois anos depois, por determinação do Delegado Regional do Trabalho, foram convocadas novas eleições gerais. Do Sindicato dos Farmacêuticos não há registro desse evento, mas é de conhecimento que foram eleitos Matias Alenor Matias (presidente), Eugênio Boasudsk (secretário) e Tadeu Kempa (tesoureiro). Já o Sindicato dos Químicos realizou suas eleições no dia 16 de agosto de 1966 tendo apenas uma chapa apresentada. Dessa forma assumiram a direção da entidade: Adolpho Bauer (presidente), Osvaldo Copeti; Lourival Andreta e, como suplentes, Alexandre Schmidt Silvestre Zwerzikovsk e Reginaldo Schmidt.
A posse dessa diretoria trouxe novo ânimo à categoria, mas inúmeras dificuldades ainda se apresentavam, pois o Sindicato não tinha sequer sua sede e os poucos associados remanescentes estavam com as mensalidades atrasadas. Com redobrada disposição e luta sobrecomum, em junho de 1977 conseguiram alugar um conjunto comercial, onde foi instalada a primeira sede do Sindicato dos Químicos.
Em 1968, estimulado por companheiros de outros Sindicatos filiados à Federação Eclética, Adolpho Bauer ponderou os prós e contras e decidiu participar das eleições, que seriam realizadas para renovação da Diretoria da Federação. Também participou de composição da chapa o então presidente do Sindicato dos Farmacêuticos, Matias Alenor Martins. O grupo obteve a vitória e, a partir daí, foi dado início às convenções para a fusão novamente dos dois Sindicatos em uma única entidade, representante de todo o 10° Grupo do Enquadramento Sindical.
Já como “Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas de Curitiba”, nas eleições de outubro de 1973 foi indicada uma junta governativa, presidida por Adolpho Bauer e que tinha como membros Matias Alenor Martins e Irlei Linizig.
Em 15 de abril de 1974, concorre apenas uma chapa, constituída por Adolpho Bauer (presidente), Irlei Linizig (secretário) e Basílio Rosinski (tesoureiro). Bauer permanece à frente do Sindicato até 1983, quando foram realizadas novas eleições, assumindo seu sucessor, Donizal Lopes, que chegou ao cargo por meio de chapa única. O pleito foi realizado em 23 de março de 1983, sendo a posse efetivada em 18 de maio do mesmo ano.
Donizal Lopes era Gerente de Recursos Humanos na Empresa Promepar e responsável pela homologação das rescisões. Dessa forma manteve seus primeiros contatos com o Sindicato, conheceu Adolpho Bauer e acabou sendo convidado para ser seu sucessor. Como exercia função de chefia dentro da empresa onde trabalhava anteriormente, sua liderança inata contribuiu para que obtivesse êxito em suas atribuições de líder sindical. Trouxe para a Entidade toda experiência administrativa que tivera ao longo dos anos, mas inicialmente se sentiu desafiado, pois era completamente inexperiente na área.
Aprendeu e enriqueceu sua visão principalmente enfrentando as relevantes dificuldades iniciais que permearam seu mandato, a começar por problemas administrativos como a desestruturação e a carência de recursos financeiros. A arrecadação e o desconto eram irrisórios, impossibilitando um trabalho mais consistente.
As primeiras providências tomadas foram no sentido de racionalizar os serviços, pleiteando a contratação de um funcionário e obtendo sucesso na liberação de três diretores. Adquiriram máquinas e outros equipamentos e acessórios a medida em que se fazia necessário incrementar a aparelhagem para a consecução dos serviços.
Na execução desses primeiros planos Donizal manteve estreito contato com Gilberto Raut, presidente do Sindicato dos Gráficos, e com Luiz Gin, na época presidente do Sindicato dos Papeleiros, trocando experiências e recebendo várias sugestões, que propiciaram resultados otimizados e seguros.
Em janeiro de 1986 providenciou uma significativa extensão da base territorial da entidade. Atualmente essa base se estende por Curitiba e Região Metropolitana, englobando 15 municípios.
O Presidente primou por trazer à direção do Sindicato representantes das três categorias: Plásticos, Químicos e Farmacêuticos, Adubos e Fertilizantes. Também conseguiu unificar as datas bases todas para setembro, objetivando facilitar as negociações.
Além de sua representatividade e luta ao lado dos trabalhadores, Donizal também tinha facilidade no diálogo com os patrões, sempre fundamentando suas falas em pautas abrangentes e concretas, decididas em assembleias realizadas normalmente 60 dias antes da Data Base.
O Sindicato Patronal convida o Sindicato dos Trabalhadores para opinar a respeito de seu posicionamento e defender as pautas elaboradas em assembleias realizadas pelas empresas. Em 1990 os patrões vão ao Sindicato para fechar a Convenção, atitude considerada um tanto incomum no meio sindical. Dentre as principais conquistas destaca-se a Cesta Básica, representando a primeira vitória obtida por Convenção.
Em sua terceira gestão consecutiva Donizal ainda enfrenta problemas, como a não observância pelas empresas das questões relativas à insalubridade, precárias condições de trabalho (saúde, segurança, higiene, alimentação) e o fato da classe não se interessar o suficiente para trazer mais sócios.
Posteriormente o Sindicato é informatizado e ampliado, e o próprio Presidente elabora um jornal informativo, emitido conforme as necessidades da Entidade. Ao adquirir sua sede própria a estrutura assistencial também é ampliada e melhorada. Assim, nas eleições de 1991, juntamente com o presidente reeleito Donizal Lopes, assumem a diretoria: Francisco Rodrigo da Silva Sobrinho (1° secretário), Nilton Meira dos Santos (2° secretário), Rodolfo Preshs (tesoureiro), Geraldo de O. Delfin (2° tesoureiro); Antonio Thadeu Ivanovski, Santinor de Oliveira Franco e Manoel Pereira de Freitas (conselheiros fiscais); Donizal Lopes e Irlei Linizig (delegados representantes na FIEP).
As metas de estender a base, criar Delegacias Regionais nas principais cidades, construir uma sede recreativa, adquirir veículos e obter melhorias nos serviços oferecidos, inclusive os convênios, foram conquistadas nas três gestões vindouras em que Donizal seguiu à frente do Sindicato como Presidente. A última delas, iniciada em 2011, foi abruptamente interrompida por seu falecimento, no dia 11 de junho de 2012.
Já atuando com o nome de Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado do Paraná, o STIQFEPAR passa a ser gerido pelo então vice-presidente Francisco Rodrigues da Silva Sobrinho que, no dia 12 de junho de 2012, responde como o novo Presidente. Seu claro objetivo é o de dar continuidade às conquistas em prol dos Trabalhadores e Trabalhadoras nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas. Em pouco menos de dois anos Francisco alarga os horizontes do STIQFEPAR com árduo trabalho de negociações em benefício das categorias representadas, realizando acordos e importantes conquistas.
Criando uma rotina de continuidade ao trabalho de Donizal, Francisco Sobrinho foca seus esforços em ampliar as relações políticas, constituindo um Sindicato fortalecido pelos ganhos nos aumentos reais conquistados e nas negociações de PPR (Programa de Participação nos Resultados).
Dessa forma, unindo os esforços dos primeiros fundadores à luta daqueles que até hoje seguem na caminhada, o STIQFEPAR se concretiza como um dos maiores Sindicatos do Paraná.
BIOGRAFIA DO PRESIDENTE FRANCISCO SOBRINHO
Francisco Rodrigues da Silva Sobrinho nasceu em Matelândia, pequena cidade próxima à Foz do Iguaçu, no Paraná, no dia 08 de novembro de 1964. Filho de Jorge Rodrigues da Silva (in memorian) e de Izabel Vilar da Silva (in memorian), se mudou com os pais e os quatro irmãos para Maringá no início de 1970 e, em seguida, para Telêmaco Borba, também no Paraná. Dois anos depois novamente a família transfere seu local de moradia para a capital Curitiba.
Foi no bairro de Santo Inácio que Francisco, ainda criança, é matriculado na Escola de Experiência Pedagógica André Luís, onde realiza seus estudos fundamentais. Na Escola Estadual Júlia Wanderley finaliza o ensino médio, formando-se Técnico Administrativo. Com esse diploma o jovem, que já havia servido o Exército, se apresenta para seu primeiro emprego formal, na Construtora Magalhães Castro.
Em 1986, também funcionário do setor de Recursos Humanos, desempenha suas funções na Mercedes Engenharia e, logo depois, é contratado pela Companhia Providência. Nessa empresa inicia sua trajetória sindical, participando de assembleias e se licenciando, em 1989, para concorrer e assumir a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado do Paraná, ao lado do então presidente Donizal Lopes, já como vice-presidente da entidade.
Sempre questionador e com as observações advindas da experiência nos setores de Recursos Humanos das empresas que trabalhou, Francisco Sobrinho começou a participar de inúmeros cursos e congressos na área sindical e passou a ter contato corriqueiro com figuras que influenciaram sua trajetória sindical, como o próprio Donizal Lopes, Luiz Ary Gin, atual presidente da FETIEP (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado do Paraná), e Sérgio Luis Leite, o Serginho, presidente da FEQUIMFAR (Federação dos Trabalhadores nas indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo).
Após a prematura morte de Donizal Lopes, Francisco Sobrinho assume, em 2012, a presidência do STIQFEPAR (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado do Paraná). Sua gestão combina a continuidade dos projetos do antigo presidente com o carisma e atitude marcantes de sua personalidade. Dessa forma o STIQFEPAR caminha rumo ao fortalecimento, em constantes negociações e acordos pró trabalhadores, a expansão de suas bases – aquisição da sede de Araucária – e a criação do IAB (Instituto Adolpho Bauer), em março de 2009, um braço de apoio do Sindicato e trabalhadores na realização de cursos e concursos para o engrandecimento da categoria.
Como líder sindical Francisco Sobrinho acredita na atualização constante como principal ferramenta, pensando como administrador e compreendendo a dinâmica das leis como caminho para novas conquistas. Essa visão é observada em sua prática enquanto presidente do STIQFEPAR, vice presidente da FETIEP (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado do Paraná), presidente do IAB (Instituto Adolpho Bauer) e membro da executiva da Força Sindical estadual e nacional.